segunda-feira, 18 de maio de 2015

Entrevista - Raquel Pagno

     
      1. Quando se envolveu com a escrita?

Bom, eu sempre gostei de escrever, desde criança, então acho que a coisa fluiu naturalmente pra mim. No entanto, nunca havia pensado em publicar nada, até que um dia mostrei um texto pra uma amiga e ela me encorajou. Apenas dois meses depois eu já tinha um contrato assinado com uma editora portuguesa. Depois disso, nunca mais parei.

      2. O que você quer passar para seus leitores?

Cada livro tem algo a acrescentar na vida de um leitor. Não necessariamente uma “moral” ou uma “mensagem”.  Quem lê um livro sempre aprende alguma coisa, ainda que seja uma palavra diferente a acrescentar no seu vocabulário. De minha parte, acredito que o bom livro é o que mexe com os sentimentos do leitor. É o que eu tento fazer nas minhas histórias: despertar algum sentimento, seja raiva, amor, tristeza... Não tem nada pior para o escritor do que deixar um leitor indiferente.

      3. Sabendo que nos dias de hoje os jovens tem se interessado mais pela leitura, qual é o seu público alvo?

Escrevo para jovens e adultos. Já me aventurei na escrita infantil também, mas minha paixão são os romances mais maduros. Senhores dos Sonhos, lançado esse ano pela editora Buriti, foge um pouco a esse aspecto, contando com uma trama um pouco mais juvenil do que o convencional de minhas obras.

      4. Conte como foi sua experiência de começar a escrever livros.

Comecei a escrever livrinhos quando aprendi a juntar as primeiras letras. Estragava todo o meu material escolar e isso me rendeu muitas broncas e algumas palmadas.

      5. Dizem que os personagens dos livros têm um pouco do autor. O que tem no seu livro sobre você? Por quê?

Pode ser que alguns personagens tenham um pouco do autor, sim. Mas não creio que seja uma regra, especialmente depois que se cria muitos personagens com personalidades distintas. Nem teria como manter o ponto de vista do autor em todos, não é mesmo? No meu caso, não acho que algum dos meus se pareça comigo, nem fisicamente, nem na forma de pensar e agir.

      6. Quais seus autores e livros favoritos?

Meu eterno “muso” inspirador é o Carlos Ruiz Zafón. Também curto bastante a escrita da Anne Rice.
Entre os brasileiros, meus preferidos são Carla Pachêco (autora da série Perfume de Hotel) e Décio Gomes (autor da série As Crônicas Ridell, entre outros), que em minha opinião, é um dos maiores talentos da literatura nacional contemporânea.

      7. Quais são seus próximos projetos?

Esse ano Legado de Sangue está chegando definitivamente ao Brasil. O livro estará à venda ainda no primeiro semestre. E no final do ano, teremos mais lançamento, mas ainda é segredo.

      8. Qual é a sensação de saber que estão lendo seus livros? Qual é a sensação de ter seu trabalho reconhecido?

Sem dúvidas é gratificante. Como mencionado acima, o bom é quando o leitor diz que o livro despertou nele algum tipo de sentimento. Pra mim não tem sensação melhor do que ter um mocinho elogiado ou um vilão xingado por um leitor (ou vice versa). E é justamente esse o reconhecimento mais válido, o contato com o leitor.

      9. Quando era criança, você pensava em escrever um livro?

Sempre escrevi, mas sem intenção de publicar. Era mais uma coisa minha mesmo, sempre fiz sem maiores interesses.

      10. Você em um novo projeto pensou em basear memórias de sua vida pessoal que não tenha falado para ninguém e publicar em um livro?

Não, nunca pensei em colocar nem parte das minhas experiências pessoais em um livro.

      11. O que, hoje, seu trabalho como escritora mudou sua vida?

Considero-me uma escritora iniciante. Não tenho uma grande editora nem um grande número de leitores ou de obras publicadas. Mas agradeço pelo pouco que conquistei, pelas pessoas que conheci e pelos amigos que fiz nesse meio literário. Também por todo o conhecimento que acumulei, sobre mercado editorial e sobre como as coisas funcionam de verdade.  Por isso, valeu a pena até agora.

      12. Como vê sua vida hoje? Está feliz, satisfeita ou quer algo mais?

Ainda há muito a construir, a conquistar. Sou uma pessoa inquieta, penso que estou apenas alcançando o primeiro degrau de uma longa escadaria que preciso subir. Sei que não será fácil, mas se fosse, que graça teria?

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